«Chove! Chove lá fora. Ai como chove! As escovas do pára-brisas não param. O barulho no exterior é ensurdecedor. O vento é ensurdecedor. Os trovões são ensurdecedores. O carro pouco os protege. Faz-se sentir algum frio, mesmo com o ar condicionado. Nunca mais chegam ao destino. Já nenhum dos dois suporta tanta demora. A poucos metros vêem os raios a serem engolidos pela terra. A tempestade ameaça-os. A noite está densa e os perigos estão à espreita. É dia 24 de Dezembro. Aliás é já noite. A noite de consoada. Temos Diogo e Carmensita . Estão já a poucos quilómetros de Fronteira, no Alentejo. Vêm desde Lisboa. Rapidamente se pôs noite. E assim que chegaram ao Alentejo começou a chover e a trovejar. No rádio ouve-se agora um CD de Natal que Diogo fez questão de trazer: The Best Cristmas Album In The World. Carmensita já não suporta mais aquela tempestade. Está inquieta como o tempo. E a viagem até casa dos seus pais parece estar a demorar uma eternidade. Uma eternidade angustiante. As canções natalícias estão a irritá-la de tal maneira. Diogo está mudo, tenta conduzir com a maior das cautelas por entre as curvas tortuosas da estrada. Não quer que cheguem atrasados, mas também não quer colocar nenhum dos dois em risco. Amaldiçoar-se-ia se algum mal acontecesse à su Carmensita . Esta não consegue de maneira nenhuma sossegar. Há qualquer coisa que a aflige. Só não sabe bem o quê. Já nem são as cantorias de Feliz Natal. Não tem medo de trovões, relâmpagos, ou raios. Mas vê-los ali tão próximos tanto a assusta como a fascina. "Quem me dera ter aqui uma máquina fotográfica!", pensa alto distraidamente. - Que disseste? - pergunta-lhe Diogo. - Hã ?!? Como? - disse Carmensita. - Que disseste? Não percebi! - Não sei! Acho que não disse nada... - Foi qualquer coisa sobre não teres máquina fotográfica... - insiste Diogo. - Ah! Era o que estava a pensar... Há uma beleza estranha nos relâmpagos. E apetecia-me fotografá-los. Já reparaste no poder que emanam? - pergunta Carmensita. - Não estou muito atento aos relâmpagos... Com esta tempestade, preocupa-me mais a estrada. Sabes melhor que eu que estas estradas do Alentejo são muito perigosas. - tenta-se justificar. - Sim! Claro! Tens razão! - Mas tenho aí a minha máquina fotográfica... está na minha pasta no banco de trás. - disse por fim Diogo. - Oh! Já podias ter dito... Pára o carro! Quero ir tirar umas fotografias. - barafusta Carmensita. - Agora? Já estamos atrasados e ainda devemos demorar uma boa meia-hora ... - choraminga. - É só por alguns minutos. Eu tiro umas fotos rápidas e vamos logo embora. - pede Carmensita. - Mas vais ficar toda molhada... - lamuria. - Não faz mal! Eu depois seco-me na lareira dos meus pais. Não te esqueças que ainda lá tenho roupas minhas. - Só se forem vestidinhos às florezinhas de quando eras miúda... - graceja Diogo. - Vá! Pára lá o carro se faz favor. - ordena Carmensita. - Está bem! Está bem! - Assim que Diogo pára o carro, Carmensita avança pela tempestade adentro de máquina fotográfica em punho. Os únicos flashes que se vêem são os da máquina e os relâmpagos. Passados poucos minutos de estar no exterior Carmensita fica totalmente encharcada . Não só encharcada pela chuva como também pela emoção. A emoção de estar assim tão perto dos raios. Os raios já não ferem a terra, penetram-na, são uma forma de a fertilizarem... - Sai daí! - implora Diogo. - Vamos embora! - Sim, vamos já. - Carmensita entra muda no carro. O silêncio agora impera. Diogo desligou finalmente o rádio. Deixa de repente de chover, como que por um passe de mágica. Todo o temporal se desvanece. Raios, trovões e relâmpagos desaparecem do céu. A viagem continua em silêncio, agora bem mais calma. A mão esquerda de Carmensita procura a direita de Diogo, pousada na alavanca de mudanças. Acaricia-lhe as veias salientes. O amor que ambos sentem um pelo outro reflecte-se neste pequeno e simples gesto. Agora sim poderão proseguir pelos poucos quilómetros que faltam e ir cear tranquilamente como a época o exige.»
O Sai Sempre está temporariamente ausente. Motivo: Natal... Bem, a verdade é que a rifa anda muito ocupada na sua luta pela vida e não tem tempo para tudo. Mas não se preocupe demasiado porque é só uma questão de esperar e em breve a rifa estará aí de novo a atirar postas para a web.
Oxalá é uma interjeição que exprime o desejo de que algo aconteça; vem do árabe ua xá illáh, «e queira Deus», pelo castelhano ojalá.
O primeiro a responder correctamente foi o zep. Parabéns, zep!
A título de curiosidade,
Alá (ou ALLAH, do árabe al-Ilah), é a contracção de al-ilah, que resulta da fusão do artigo "al" (o) com a palavra deus, ilah (deus ou divindade, com plural ilahat). Alá é assim "o Deus" ou simplesmente "Deus", único e misericordioso, do Islão, como também nas outras religiões monoteístas (Deus no Cristianismo, YHVH, ou Jeová, no Judaísmo). Allah era também o nome do deus mais importante do panteão pré-muçulmano de Meca, capital do Islão. As qualidades atribuídas a Alá são idênticas às que o Judaísmo e o Cristianismo atribuem ao seu Deus único, embora, contrariamente aos Cristãos, não seja um Deus trino, isto é, não se consubstancia noutras pessoas ou manifestações, como na Trindade. É, como YHVH, irrepresentável e incomparável, daí a arte islâmica não conter imagens. Alá é uma das 99 formas ("os melhores nomes", ou al-asm?´ al-husnà, em árabe) dos muçulmanos se referirem a Deus, como são "o Clemente" (Al-Rahm?n) ou "o Querido" (Al-Az?z). Mas Alá é acima de tudo o "mais precioso", não uma forma descritiva mas a forma de designar a presença real de Deus. De Alá derivam palavras como "oxalá" ("queira Deus") ou "olé" ("por Deus"), entre outras.
Alá. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2007. [Consult. 2007-12-12]. Disponível na www aqui.
A justificação para um homem se fartar mais de fazer compras nos shoppings é muito simples. É que um homem, para ir à sua secção de roupa, tem que andar muito mais, já que o vestuário masculino está sempre ao fundo das lojas grandes, bem no fundo, tão refundido que às vezes nem se vê da porta.
Bem, o que vale é que estamos no Natal, que eu adoro, e as lojas "normais" estão cheias daquelas canções bonitas e melodiosas de elevar o espírito e pensar em coisas boas e engraçadas. Nisso, os americanos são os melhores, não haja dúvida, em particular os jazzistas.
Ouvi a canção que se segue numa dessas lojas e é uma cantiga tão simpática, fácil e bem humorada que já lá andava eu entre as cruzetas a trautear o refrão (que acabara de conhecer) sem prestar atenção nenhuma aos padrões das sweats. É Natal!
Ah! A animação está muito divertida.
Sid Winkler Trio - Santa Claus Got Stuck in My Chimney
Esta noite vi uma estrela cadente. Há muito tempo que não via uma estrela cadente, mas o melhor foi o momento em que aconteceu. Foi mágico. Pareceu um filme. A minha sobrinha, pelo que conta, vê estrelas cadentes com mais frequência do que eu (é tão bom ser criança, não é?) e pede sempre um desejo. Eu não pedi. Esqueci-me. Mas o meu desejo foi realizado. Logo. Deve ter sido porque era uma estrela cadente mais poderosa, via-se na forte intensidade da luz e na resistência ao tempo que passava. Talvez a realização do meu desejo perdure tanto no tempo como a estrela (proporcionalmente, claro). Oxalá!
Rafa: Pois.. Sms em branco inda n cnsigo decifrar! ;p
Rafa: (Sms em branco, ? )
Rifa: Estou sentado ao pe da entrada do metro.
Rafa: Ao pé d brasileira?
Rifa: Sim
Rafa: É q eu tbm to sentado e n t to a ver.
Conclusão: Estávamos de costas um para o outro, perfeitamente alinhados ;), cada um do seu lado do muro que limita as escadas para o metro no Largo do Chiado.
Disse, hoje, a minha irmã por causa da pressa com que ele se vai e eu achei muito engraçada a expressão. Até me apetece usá-la. Faz lembrar a outra, uma tal de Dona Conceiçauumhe (já viram o Paranormal do Joaquim Monchique?), que ganhou ódio aos paninhos da loiça lol...
Robert para a princesa Giselle no filme Enchanted.
Nothing Really Ends - dEUS
The plan it wasn't much of a plan I just started walking I had enough of this old town had nothing else to do It was one of those nights you wonder how nobody died we started talking You didn't come here to have fun you said: "well I just came for you" But do you still love me? do you feel the same Do I have a chance of doing that old dance with someone I've been pushing away
And touch we touched the soul the very soul, the soul of what we were then With the old schemes of shattered dreams lying on the floor You looked at me no more than sympathy my lies you have heard them My stories you have laughed with my clothes you have torn
And do you still love me? do you feel the same And do I have a chance of doing that old dance again Is it too late for some of that romance again Let's go away, we'll never have the chance again
You lost that feeling You want it again More than I'm feeling you'll never get You've had a go at all that you know You lost that feeling so come down and show
Don't say goodbye let accusations fly like in that movie You know the one where Martin Sheen waves his arm to the girl on the street I once told a friend that nothing really ends no one can prove it So I'm asking you now could it possibly be that you still love me? And do you feel the same Do I have a chance of doing that old dance again Is it too late for some of that romance again Let's go away, we'll never have the chance again
I take it all from you I take it all from you I take it all from you I take it all from you