Uma das grandes vantagens de trabalhar no Chiado é rever quase todos os dias o amanhecer da Rua Garrett. Seja de Sol, seja de chuva, o céu é sempre a moldura perfeita para a zona mais nobre de Lisboa. É tão bonito olhar para cima e ver a rua vazia, às 9 da manhã, como vê-la cheia dali a umas horas. Hoje, depois de beber café na padaria do costume (o melhor café para mim), deparei-me com um som que não ouvia desde o ano passado. São cantares muito familiares e muito queridos porque, durante toda a minha vida, os ouvi em momentos do melhor dolce far niente que tive e fazem-me sempre lembrar, quando regressam todos os anos por esta altura, a estação festiva, alegre e quente que aí vem. Olhei para o céu e lá estavam elas, as andorinhas! Os seus concertos é que fazem o primeiro festival de Verão! Tirei a fotografia para marcar este momento; só não consegui fotografar as artistas porque não paravam quietas. Mas, como devem imaginar, continuam a apresentar-se de preto com mangas em bico.
Hoje, aproveitei a primeira pausa no trabalho para sair à rua e, inspirado não sei se pela luz mágica e poética da Baixa-Chiado ou se pela cerveja da festa do ZEP que ainda me corria no cérebro, peguei na câmara e tirei fotografias que, na minha modesta opinião, ficaram muito boas. Aqui fica só um cheirinho mas mais serão com certeza publicadas porque me apetece.
Se não fosse o antónio e a sua boa ideia, não tinha posto esta fotografia aqui. Mas, como achei a coincidência engraçada, resolvi logo pô-la. Foi tirada hoje.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5182999991350902290" /> É engraçado apanhar o 701 em frente ao Jardim Zoológico depois das 21h30m, quando já só faz o percurso Sete Rios-Campo Grande e vice-versa. É como se fosse um transporte particular com chauffeur e tudo porque, frequentemente, sou o único passageiro à espera da sua partida e já me aconteceu fazer o trajecto todo sozinho com o motorista até ao meu destino. Uma viagem de autocarro pode ser muito aborrecida. E, normalmente, é. Porém, é esta monotonia previsível que torna digna de um filme a quebra inesperada. Quem circula regularmente numa carreira qualquer sabe do que estou a falar. João César Monteiro registou-o mesmo na sua derradeira obra "Vai e Vem". Sobre esta, não me posso pronunciar porque não a vi. Fica para outra altura. Vou somente contar um filme, que é meu.
"O direito a ser tratado com respeito e dignidade."
Mesmo quando se é criança, não é por isso que deixa de ser uma pessoa como outra qualquer. Tem opiniões e vontade de as transmitir (e tem esse direito). Logo, nunca desprezem a posição de uma criança dizendo repetidamente: "Tu não sabes nada" ou "Não és ninguém para falar" porque isso falta-lhe ao respeito e fere a sua dignidade. Quando for adulta, terá problemas de assertividade por ter interiorizado o que lhe disseram.
Ontem um cliente de meia idade veio ter comigo e o diálogo foi este:
- Desculpe, tem revistas só do cú?
E eu a pensar se tinha ouvido bem:
- Desculpe?
- Revistas só do cú! Está a ver?
Eu estava a ver que o homem era tarado e orgulhava-se disso. Fiz silêncio fixando os olhos nele e imaginando-o com as revistas só do cú até que ele me salva desta situação:
Imaginem se eu tivesse comentado antes de ter percebido. Que barraca seria! Como disse uma colega depois, eu podia ter respondido: Só do cú não, mas do corpo inteiro sim. LOL
Bellissima foi realizado por Luchino Visconti em 1951, um ano depois de Sunset Boulevard (de Billy Wilder). Porque é que eu digo isto? Que semelhança é que há entre um e outro? A semelhança está no facto de ambos os filmes mostrarem o lado negro da indústria do cinema e a decadência a que chegam as pessoas por causa da ambição. Mas, fora o tema, tudo é diferente entre os dois, pois, um é filmado e debruçado sobre o universo de Hollywood e o outro é rodado e concentrado sobre a Cinecittà de Roma. Bellissima não é um exercício de estilo tão aprimorado como Sunset Blvd o é, principalmente, porque se gerou num contexto, em Itália, de grande adesão ao neo-realismo (movimento que teve início com Roma, Cidade Aberta).
"Esqueçam" Patrick Watson e ouçam só estes dois álbuns novos que me estão a fascinar mais e mais de cada vez que os ouço. Não pondo Watson completamente de parte, Nick Cave And The Bad Seeds e Portishead têm anos de experiência e um dom infinito para a canção que marca inovando e mantendo um estilo que surpreende sempre os seus seguidores. Nick Cave com Dig!!! Lazarus Dig!!! e a eterna voz de profeta entre Deus e a realidade, guitarradas, pianadas, coros, amores e desgostos, tudo muito bem contado e arranjado no melhor de sempre. Portishead, passados dez anos, com Third (o terceiro álbum, de facto) e a eterna trip suspensa num mundo paralelo, ecos de uma voz agridoce enleada em cordas estendidas e feridas por máquinas ruidosas, tudo muito bem emparelhado no melhor regresso de sempre.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180658907757067650" />One day I'll buy a factory I'll assemble you on a production line Lie down here and be my girl I'll build a million of you, baby And every single one of them will be mine Lie down here and be my girl I will fill the house with you Stack you up in every room we'll have a real good time But right now I'm sitting here On my own, going out of my mind
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5180659517642423698" />"Esteja alerta para a regra dos três. O que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender. Você só ganha, o que você merece..."