No passado dia 8 de Janeiro, a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) suspendeu os corredores humanitários para a Faixa de Gaza depois de um ataque israelita que matou dois motoristas de um comboio identificado com o símbolo da organização junto à fronteira norte.
Num mundo com moral a sério, o que a ONU teria suspenso era a ofensiva cega que Israel está a cometer contra um povo em comparação muito mais desprotegido.
Nesse mesmo dia, tive oportunidade de me manifestar contra a barbárie de Israel sobre Gaza em Lisboa. Comigo estavam estimadamente umas boas centenas de pessoas em frente à Embaixada de Israel, que estava afastada da gente por um gradeamento atrás do qual se encontravam os polícias e um checkpoint muito bem montado. Quando um dos organizadores proclamou que ali éramos todos palestinianos da Faixa de Gaza, ocorreu-me que podíamos estar todos mortos porque o número de participantes estava próximo das centenas de vítimas em Gaza desde que os ataques começaram (pouco antes do final de 2008). Não faltaram os sapatos a voar por cima das cabeças para a porta da Embaixada.