Génova já foi a cidade mais rica do mundo. Foi lá que os primeiros bancos foram criados e neles entrava muita da riqueza proveniente do mundo inteiro. Génova é também o título de um filme de Michael Winterbottom (A Mighty Heart) que eu vi hoje.
O filme peca por ser quase todo filmado com handycam em movimentos tão rápidos e confusos que fazem corar de vergonha o The Blair Witch Project. A mim, pôs-me quase verde de náuseas. Francamente, não gosto da técnica. É uma técnica que imprime uma emoção, é certo, mas que se prende à forma e não ao conteúdo. Para mim, o argumento, quando é bom, basta para, aliado a planos genialmente orquestrados (e quietinhos), despertar a maior das ansiedades.
No entanto, a história é boa, o elenco é bom (e bonito, veja-se só a Kelly, na fotografia ao lado), há mensagens que nos são implicitamente dadas de presente como conselhos para a vida e há picos de tensão dignos de um filme de suspense. Mas este é um drama sobre a família, os elementos, o que os separa e o que os une, narrado com extrema contenção e sensibilidade, visível nos desempenhos exemplares de Colin Firth (Joe, o pai), Willa Holland (Kelly, a filha mais velha) e Perla Haney-Jardine (Mary, a filha mais nova). Os três mudam-se de Chicago para Génova depois da morte da mãe num acidente de viação e tentam ultrapassar o choque enquanto atravessam mudanças nas suas vidas.