Quinta-feira, 11.06.09

Apresento aqui o primeiro andamento do Concerto para violoncelo em E menor de Elgar, com a Jacqueline du Pré no violoncelo e o Daniel Barenboim na direcção. Os restantes andamentos estão também no Youtube mas, para mim, este é o mais bonito. E, lembrem-se!, faço anos em Setembro e a Amazon tem muitos discos dela à venda, incluindo caixas com todas as gravações, e eu não encontro nada nas lojas. Também me podem oferecer o biopic Hilary and Jacquie, filme baseado na biografia escrita pelos irmãos.

 

(Convém aumentar o volume antes de começar a ouvir porque o registo está baixo)

 

 

Conheci esta violoncelista inglesa numa manhã cinzenta a caminho do trabalho (pela Antena2, agora quase sempre sintonizada) e fiquei logo apaixonado por ela e pela obra que ouvi - o concerto para violoncelo em E menor do compositor Edward Elgar. Logo o meu dia se iluminou.

Não só o concerto é arrepiante de beleza mas também a história da intérprete cuja vida foi demasiado curta para o muito que com certeza ainda podia dar ao mundo. Parece idiota mas é inevitável que uma morte prematura eleve ainda mais a grandeza de um espírito e de uma obra. Dá pena como quando acaba qualquer coisa boa.

Citando o Wikipedia, Jacqueline Mary du Pré (1945-1987) nasceu em Inglaterra e ficou conhecida como uma das melhores violoncelistas de sempre. A sua paixão pelo concerto de Elgar, à volta da qual andou toda a vida, associou-a a este de maneira indelével. A sua interpretação deste trabalho tem sido descrita como "definitiva" e "lendária".

Em 1966, conheceu o pianista e maestro israelita Daniel Barenboim e, no ano a seguir, foi para Jerusalém, converteu-se ao judaísmo e casou com ele. Esta relação foi das mais frutíferas na música dando muitos concertos e gravações juntos.

Em 1971, a performance de du Pré começou a piorar gradualmente à medida que ela foi perdendo sensibilidade nos dedos e noutras partes do corpo. Foi-lhe diagnosticado esclerose múltipla em 1973. A doença forçou-a a deixar de tocar com apenas 28 anos e levou-a à morte prematura.



publicado por garçon às 19:01 | link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 03.06.09

Anteontem, comentei uma posta no MpI que falava da variedade de profissões presente nos subscritores do movimento. Perguntava eu, depois de ter visto na lista muitos arquitectos, professores, artistas e jornalistas, onde é que andavam os carpinteiros, os operários, os talhantes e os polícias.

 

Noutra posta sobre a cobertura mediática da apresentação do Movimento, critiquei o Correio da Manhã pelo trabalho quase nulo no caso.

 

Mesmo a calhar, como se alguém naquela redacção tivesse lido os meus comentários e quisesse apoiar-me ou contrariar-me, o Correio da Manhã publicou, hoje, com um bocadinho mais de destaque, uma mini-entrevista a Belmiro Pimentel, polícia e dirigente do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública que acaba de lançar um grupo de trabalho de apoio a homossexuais, lésbicas e bissexuais da PSP, o grupo Identidade XY.

 

O grupo recém-criado pretende ajudar os/as agentes que se sintam discriminados de qualquer forma no trabalho, nomeadamente no combate às piadas preconceituosas, defender que a orientação sexual não compromete o desempenho profissional e transmitir ao exterior essa mesma mensagem.

 

Belmiro Pimentel tem 34 anos, trabalha no comando da PSP do Porto há dez anos e assumiu a sua homossexualidade há sete. Claro que a seguir à notícia online choveram comentários de força e elogio e outros que denotam pessoas ignorantes ou intolerantes. Por exemplo, houve alguém que se mostrou incrédulo quanto ao facto de um homossexual ser dirigente sindical rematando desta forma digna da minha esforçada condescendência: "Que será que discutem nas reuniões, croché?"

 

Este tipo de comentário revela em quem os faz um desconhecimento da realidade, uma falta de convivência com um leque mais variado de pessoas, uma negligência para com o mundo à sua volta. Resta-me acrescentar que há muita gente culpada desta ignorância predominante. Uns porque não querem conhecer nem admitem que possa haver uma realidade escondida e outros, os escondidos (mea culpa também), por não se darem a conhecer integralmente.

 

Nesse aspecto, Belmiro Pimentel contribui para uma sociedade esclarecida e, por isso, merece o louvor de todos nós.



publicado por garçon às 21:27 | link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Sexta-feira, 02.01.09

Foi ao longo de 36 anos a mais célebre activista anti-apartheid branca, quando eram raros os brancos que criticavam o regime segregacionista da África do Sul. Nesse período, Helen Suzman foi também, durante 13 anos, a única parlamentar a condenar abertamente o apartheid - como deputada do Partido Unido, mais tarde no Partido Progressista.
 

Muitas vezes, às suas intervenções no Parlamento respondiam-lhe com um "Volta para Moscovo" ou "Volta para Israel", numa referência às suas origens. Helen Suzman era filha de imigrantes judeus lituanos na África do Sul. 
 

Foi duas vezes nomeada para o Nobel da Paz. Ontem, com 91 anos, morreu "na paz" da sua residência em Joanesburgo, disse a filha, citada pela agência de notícias sul-africana SAPA, que divulgou a notícia.

Várias vezes enfrentou o antigo primeiro-ministro Pieter W. Botha, que chegou a ameaçá-la dizendo que ela estaria a violar as leis do país. Suzman ter-lhe-á então respondido: "Não tenho medo de si."

 

in Público, 2 Janeiro 2009



publicado por garçon às 20:28 | link do post | comentar | favorito

Casa da Nobel da paz iraniana Ebadi atacada

Centena e meia de manifestantes atacou ontem a casa da prémio Nobel da paz iraniana Shirin Ebadi, três dias depois de o seu escritório de advocacia em Teerão ter sido alvo de buscas pelas autoridades e duas semanas depois de a sua organização Círculo de Defesa dos Direitos Humanos ter sido encerrada pelo Ministério do Interior.

 

"Juntaram-se à porta do edifício aos gritos, acusando-me de apoiar crimes cometidos pela América e Israel", contou Ebadi à AFP, precisando que os manifestantes dispersaram meia hora após a chegada da polícia ao local. Entretanto, relatou, já tinham arrancado o placard do seu escritório de advocacia - que se localiza no mesmo imóvel - e escrito slogans de similar teor nas paredes.

 

"Este ataque não tem nada a ver com a nossa posição sobre o que se passa em Gaza; há dois dias que o condenámos e expressámos o nosso apoio aos palestinianos", afirmou a Nobel da paz (2003), aludindo aos ataques israelitas que continuam na Faixa de Gaza.

 

in Público, 2 Janeiro 2009



publicado por garçon às 20:14 | link do post | comentar | favorito

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